Pastoreando a Igreja de Deus

Na primeira epístola do apóstolo Pedro vemos uma boa e salutar admoestação de pastor para pastor. Parece que Pedro, pelo Espírito Santo, estava vendo claramente o governo das igrejas nos séculos vindouros. Nos três primeiros versos do capítulo cinco ele aborda três aspectos perigosos que intuitivamente o presbítero pode ser inclinado a fazer se não observar com cuidado.

Antes, ele inicia mostrando ser um igual aos demais presbíteros, mas com uma ressalva importante: ele foi testemunha das aflições de Cristo. Isto lhe dava autoridade no que iria falar pela sua posição de apóstolo, pela sua experiência com o Senhor e principalmente por saber e ter vivido as aflições que um servo de Deus está sujeito. É como se ele dissesse: Ser um líder espiritual é primeiro saber que você passará aflições, que o nosso Senhor e Pastor passou por aflições, mas que também haverá uma glória que há de se revelar.

A primeira admoestação está na habilidade e dependência do Senhor que o presbítero deve ter e buscar para saber cuidar das pessoas que lhe foram confiadas na sua igreja. Sabemos que não é fácil lhe dar com pessoas, e fazê-las seguir sua liderança e visão não é uma tarefa para qualquer um. Contudo, não podemos nos assemelhar com o formato do mundo, mas em amor e firmeza nos princípios bíblicos saber manejar as situações para cumprir esse propósito de cuidar. Cuidar significa ensinar, reensinar, corrigir, andar junto, proteger, gastar tempo e recursos, ter paciência pelos resultados e continuar com bom ânimo sendo exemplo dos fiéis. É uma tarefa cansativa, mas também não foi fácil para o Senhor Jesus que teve que lhe dar com todos os seus discípulos, que lhe abandonaram no momento crucial de seu ministério.

O apóstolo Pedro continua com a admoestação e fala sobre torpe ganância. O ministério pode trazer alguns privilégios, boa posição, autoridade na sociedade e a possibilidade de grandes ganhos. Portanto, devemos lembrar as palavras do Senhor Jesus em Mateus 20, versos 25 a 28, quando advertiu seus discípulos sobre isto: “Então Jesus, chamando-os para junto de si, disse: Bem sabeis que pelos príncipes dos gentios são estes dominados, e que os grandes exercem autoridade sobre eles. Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal; E, qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo; Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.”. Às vezes, pode-se cair naquele pensamento de recompensas, pois achamos que na dureza do serviço tirar proveito dele seria apenas uma troca merecida, mas o problema é exatamente isto: achar que de alguma forma merece-se isto e perder o desejo e pensamento de servir.

Por fim, Pedro admoesta sobre a atitude dominadora aos seus pastoreados. Embora sua posição lhe traga respeito e admiração ser exemplo no servir é o que faz o presbítero estar na posição de líder espiritual. Pense assim: nunca peça ou exija de alguém sob sua liderança algo que você mesmo já não tenha feito ou teria disposição para fazer. Palavras inspiram, mas o exemplo arrasta. Pedro termina no verso quatro dizendo que o nosso prêmio incorruptível, imperecível, que não se acaba será nos dado quando o nosso Supremo Pastor se manisfestar.

Não queira receber dos homens seu galardão aqui, será muito melhor recebê-lo do Pai nos céus. (Mateus 6:2-4)

Por Alexandre Aquino